Síndrome de Burnout

Síndrome de Burnout 

O termo “burnout” origina-se do verbo inglês “to burn out”, que significa queimar-se por completo – Entrar em colapso. A origem da palavra Burnout é norte-americana e significa “chamuscado.

O que é?

Síndrome de Burnout é um conjunto de sinais e sintomas de desgaste e exaustão física, emocional e psicológica da pessoa, relacionado a um excesso de trabalho.

Ocorre um colapso mental e físico por conta desse excesso, onde a pessoa acaba sendo levada ao seu limite.

O que causa a Síndrome de Burnout?

A sensação da mente alerta o tempo todo, a falta de momentos de descontração e relaxamento, uma jornada dupla de trabalho,  trabalhos de alta responsabilidade que exigem das pessoas serem exageradamente perfeccionistas…

A cobrança exacerbada de si mesmo, e pelos superiores, acaba impactando de forma negativa na vida pessoal e profissional.

É importante ressaltar que a doença não está somente relacionada com o ambiente de trabalho, muitas vezes as tarefas da faculdade ou até mesmo de casa podem ocasionar o problema.

Outros fatores acabam influenciando no desenvolvimento da Síndrome de Burnout, como  os problemas com o chefe, com familiares, no relacionamento etc. Tudo isso cria um desequilíbrio interno, impactando negativamente na forma com que suas energias são utilizadas.

Muitas pessoas que estudam para concursos públicos ou grandes vestibulares, acabam se cobrando muito e passam horas por dia estudando, podendo chegar a mais de 14 horas dentro do quarto fechado sem que haja tempo de descanso ou repouso apropriado; isso também pode fazer com que a Síndrome de Burnout se manifeste.

Segundo dados do ISMA Brasil (International Stress Management Association), 70% dos brasileiros acabam tendo problemas com estresse, dos quais 30% podem desenvolver o Burnout.

Ao realizar uma pesquisa em nove países, a ISMA-Brasil concluiu que o Brasil ocupa o segundo lugar em nível de estresse, perdendo apenas para o Japão.Não é difícil encontrar pessoas que, junto com o Distúrbio de Burnout, sofram também de depressão, do uso excessivo de medicamentos e insônia. Porém, tudo isso pode ser contornado ou amenizado com o tratamento.

Origens do termo

O distúrbio foi mencionado na literatura médica pela primeira vez em 1974, pelo psicólogo norte-americano Freudenberger que descreveu os sintomas que ele e seus colegas estavam enfrentando. 

Após essa menção, vários estudos foram realizados sobre o assunto.

Hoje em dia, o transtorno é facilmente encontrado na CID-10 (Classificação Estatística e Internacional de Doença e Problemas Relacionados à Saúde), mais precisamente no grupo 5. Ele atinge pessoas cuja vida profissional e pessoal são muito atribuladas. Em especial as que levam jornadas duplas.

Segundo pesquisas realizadas pela Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil), essa síndrome acomete cerca de 33 milhões de brasileiros.

A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.

Quais as profissões mais afetadas pela Síndrome de Burnout?

É muito comum que os workaholics(pessoas viciadas em trabalho) sofram desse distúrbio. Porém, alguns profissionais são mais predispostos a experimentarem a questão, justamente pelas características do trabalho.

Confira abaixo profissões mais acometidas pelo burnout:

  • profissionais da saúde em geral, principalmente médicos e enfermeiros;
  • jornalistas;
  • advogados;
  • professores;
  • psicólogos;
  • policiais;
  • bombeiros;
  • carcereiros;
  • oficiais de Justiça;
  • assistentes sociais;
  • atendentes de telemarketing;
  • bancários;
  • executivos.

Síndrome de Burnout: 12 estágios (ou sintomas) do esgotamento profissional de acordo com os psicólogos Herbert Freudenberger e Gail North:

Os psicólogos Herbert Freudenberger e Gail North, respectivamente, alemão e americana, criaram uma lista do que seriam os 12 estágios da síndrome. Os chamados estágios não devem ser vistos como fases. São sintomas. Algumas pessoas passam por todos, mas outras não. E eles podem não aparecer nessa ordem, também. De qualquer maneira, a lista serve como um indicador de sinais a se prestar atenção. 

1. Compulsão em demonstrar seu próprio valor. É aquela necessidade de mostrar que você sabe fazer o que está fazendo, e com excelência.

2. Incapacidade de se desligar do trabalho. Checar e-mails e mensagens antes de dormir, trabalhar finais de semana (sem que seja pedido pela chefia) etc, são alguns dos sinais. 

3. Negação das próprias necessidades Bom sono, alimentação adequada, tempo para o lazer tornam-se secundários –e essa atitude é vista como um sacrifício em nome de um bem maior. 

4. Fuga de conflitos A pessoa percebe que há algo errado, mas evita enfrentar a situação. Os primeiros sintomas físicos podem surgir. 

5. Reinterpretação de valores pessoais A família, os momentos de descanso, os hobbies, passam a ser vistos como coisas sem importância. A autoestima é medida apenas pelos resultados no trabalho.

6. Negação de problemas A pessoa se torna intolerante. Enxerga os colegas de trabalho como preguiçosos, incompetentes, indisciplinados. Pode haver aumento da agressividade e sarcasmo. 

7. Distanciamento da vida social A vida social passa a ser restrita ou, até mesmo, inexistente. O trabalho é feito de maneira automática. A necessidade de relaxar pode levar ao uso de drogas ou álcool. 

8. Mudanças estranhas de comportamento A pessoa torna-se muito diferente do que costumava ser. Quem era alegre e dinâmico torna-se apático e medroso. As alterações são óbvias e podem ser notadas pela família e amigos. 

9. Despersonalização Não é possível enxergar o próprio valor nem necessidades, bem como das pessoas ao seu redor. 

10. Vazio interno. Para amenizar o desconforto, muitos recorrem às drogas, álcool, ou compulsões como comer e fazer sexo. 

11. Depressão, o futuro parece incerto, a vida perde o sentido. É comum o sentimento de estar perdido, cheio de incertezas e exausto. 

12. Síndrome de Burnout (ou esgotamento). Há um colapso mental e físico, assim como pensamentos suicidas. Quem chegou até aqui, precisa de ajuda médica imediata.

Principais Sintomas:

  • Ansiedade;
  • esgotamento físico e emocional
  • Baixa autoestima.
  • distúrbios do sono;
  • cansaço
  • dores musculares e de cabeça;
  • sudorese,
  • irritabilidade;
  • alterações de humor;
  • falhas de memória;
  • dificuldade de concentração;
  • falta de apetite;
  • agressividade;
  • isolamento – nos estágios iniciais parece que o indivíduo evita o contato com as demais pessoas; porém em estágios mais avançados pode-se desenvolver irritabilidade no contato com outras pessoas;
  • depressão;
  • pessimismo e baixa autoestima;
  • sentimento de apatia e desesperança – este é um dos sintomas que mais leva aos diagnósticos errados da doença;
  • irritabilidade exagerada – a irritabilidade acaba surgindo devido ao sentimento de pessimismo e baixa autoestima, achando que aquilo que se faz não é bom o suficiente.
  • perda de prazer – inicia-se como algo simples, mas gradativamente torna-se evidente – como a perda de prazer por comidas ou atividades que antes  gostava de praticar, momentos com a família, etc.
  • maior suscetibilidade à doenças – como a síndrome de burnout mexe com o físico e também com o psicológico, acaba baixando a imunidade da pessoa, tornando-a mais suscetível ao aparecimento de doenças oportunistas.

Vale a pena ressaltar que, em determinados casos, o distúrbio pode ocasionar problemas físicos como hipertensão, dores musculares e de cabeça, fadigas excessivas e problemas estomacais como gastrite.

Como fazer e quem faz o diagnóstico?

O diagnóstico é basicamente clínico, feito por psiquiatra / psicólogo, e leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho.

Como é realizado o tratamento?

O tratamento da síndrome de burnout inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e exercícios de relaxamento também são altamente recomendados para ajudar a controlar os sintomas.

Como prevenir a Síndrome Burnout?

Existem meios de prevenir e de tratar o Burnout. A prevenção se dá por meio de práticas simples e até mesmo prazerosas, que acabam não exigindo tanto.

Prática de exercícios físicos

Parte dessa condição acaba causando problemas físicos, isso sem mencionar as tensões musculares que muitas vezes impedem até mesmo a locomoção.

Os exercícios físicos não só ajudam a liberar toda a tensão dos músculos, como também criar uma rotina saudável. Além disso, pode-se encarar a atividade como um momento de relaxamento e de autocuidado.

Alimentação adequada

A alimentação correta e balanceada permitirá a ingestão de nutrientes e vitaminas adequados para o seu dia a dia. Eles ajudarão a repor as energias e, assim, você acabará se sentindo mais preparado para sua rotina.

Momentos de Lazer

Ter momentos de lazer e relaxamento são fundamentais para descansar a mente e o corpo. Esses instantes são muito importantes tanto para a prevenção quanto para o tratamento da síndrome.

Menos cobranças

Um dos motivos que levam à Síndrome de Burnout é a existência de uma cobrança extremamente excessiva de si mesmo. Uma busca pela perfeição que simplesmente não existe.

Procure não se cobrar tanto e entender que as pessoas podem sim cometer erros, INCLUSIVE VOCÊ, e isso é normal. Está tudo bem. Errar é algo totalmente humano e aceitável. Aprenda com os erros, mas não se torne uma vítima deles. Supere, e siga em frente!

Reorganização

Talvez uma atitude simples de reorganizar os seus dias e as suas tarefas no trabalho possam ajudar no momento de pegar mais leve com o emprego e então manter a calma, evitando assim que você venha a se sobrecarregar.

Utilize os seus dias de férias e folgas

Férias existem por uma razão: todo mundo precisa descansar. Pare de adiar as suas! Organize-se e aproveite os dias de descanso como melhor convier. Viaje, leia os livros que sempre quis, assista muitos filmes. Se preferir, não faça nada.

O importante é se desligar do trabalho para conseguir relaxar a mente e o corpo. Acredite: o mundo não vai acabar se você descansar um pouco.

Cultive relacionamentos saudáveis no trabalho

Cordialidade, gentileza, cooperação: nada disso envolve um contato mais íntimo como uma amizade e pode facilmente ser aplicado a qualquer ambiente. Como a convivência precisa ocorrer, não custa nada fazer disso algo mais leve, não é mesmo? Com certeza os dias serão melhores e menos estressantes para todos!

Meditação ou Yoga

Ambos ajudam a controlar seu nível de estresse, bem como reaprender a respirar. Isso significa ter o controle dos seus estados emocionais de volta e não aderir às exigências externas e internas de imediatismo.

Como diferenciar Burnout, Depressão e Estresse?

A Síndrome de Burnout é bem parecida com a depressão, já que ambas apresentam sintomas similares.

O estresse, por sua vez, é uma reação do corpo a situações de ameaça. Trata-se de um “estado de alerta”, uma resposta biológica normal para nos proteger em momentos de risco.

O estresse é ocasionado como uma resposta física e psicológica a tudo o que a pessoa sente, tal como cobranças e pressão excessiva. Ele ocorre quando uma pessoa está sobrecarregada, mas isso não significa que ela apresentará o Distúrbio de Burnout.

Como lidar com pessoas que sofrem com a Síndrome de Burnout?

Um dos primeiros passos é evitar falar sobre assuntos de trabalho quando não for necessário. Como a pessoa já está sobrecarregada com isso, deve-se evitar perguntas sobre o emprego, tarefas ou coisas desse tipo.

Além disso, procure conversar sobre assuntos leves e descontraídos, isso ajuda o indivíduo a manter o foco distante de todos os assuntos e chateações que fazem com que ele se sinta frustrado ou estressado.

Você também pode optar por passeios, uma ida ao shopping, um momento no parque, um filme de comédia. Em muitos casos, um animal de estimação pode ser uma opção bastante interessante, já que ajuda a pessoa a se distrair.

Mas lembre-se: os animais não são brinquedos. Só devem ser adquiridos, de preferência por adoção, se realmente houver possibilidade de cuidado.

  • Não use a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de prevenir ou mesmo tratar a síndrome de burnout;
  • Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de ansiedade e depressão não é um bom remédio para resolver o problema;
  • Avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e prejudicando sua saúde física e mental;
  • Avalie também a possibilidade de propor uma nova dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais;
  • Ouça a opinião de seus familiares, amigos e colegas: quem tem burnout, muitas vezes não percebe;
  • Não hesite em procurar ajuda profissional. A saúde mental é tão importante quanto a física.

Por Eunice T. A. Pinto e Patricia Gabnai

Fontes: artigos sobre psicologia e desenvolvimento humano da internet

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