A CNV – Comunicação não violenta, é um método, ou até uma filosofia, de comunicação, criado por Marshall Rosenberg, um psicólogo americano.
Tem base nos conhecimentos da psicologia humanista, idealizada por outro psicólogo, Carl Rogers, que acreditava que o indivíduo é o centro do processo terapêutico, e que suas reflexões, expressão autêntica e busca pelo autoconhecimento, levavam a possibilidade de mudanças positivas reais a partir da condição de realizar escolhas conscientes.
Na CNV o diálogo é estimulado a partir das necessidades do ser humano, na observação realizada através da prática da auto empatia e da empatia, a fim de reconhecer nossas motivações e as motivações do outro para pensarmos e agirmos como pensamos e agimos.
A partir deste olhar, podemos perceber que somos diversos em como aprendemos a atender nossas necessidades, ao mesmo tempo em que somos iguais por termos todos as mesmas (necessidades).
Estimular as pessoas a tomarem consciência desta realidade é um passo importante para trabalharmos preconceitos, estereótipos e colocar em prática a inclusão das diversidades em nossas vidas.
Perceber que uma pessoa que parece tão diferente de mim, no fundo tem as mesmas necessidades que eu tenho, me leva a refletir sobre compaixão, respeito, igualdade e equidade.
No Brasil sabemos que o primeiro lugar em preconceito é com pessoas negras, embora existam outros tipos de preconceitos raciais. Esta história tem raízes muito profundas, carregada de vieses inconscientes, passados de geração em geração e que vivem no inconsciente coletivo.
Justamente por estarem a maioria das vezes no inconsciente, é que precisamos falar sobre estes assuntos delicados, para trazer para o consciente e compreender o porque fazemos como fazemos, pensamos como pensamos, e se isso serve ou contribui para nossas vidas e relacionamentos.
A CNV permite através do olhar voltado para o que está vivo e é autêntico em cada um, despertar para diálogos onde não exista hierarquia, apenas um espaço para intenção de cooperação e parceria, em busca de atender o que é importante para todos ao estabelecermos relações com outras pessoas.
Nas empresas, esta prática , possibilita construir um ambiente de confiança, onde os colaboradores podem expressar seus sentimentos e compreender melhor o outro, sua percepção do mundo e das situações e suas “demandas”.
A CNV favorece os relacionamentos interpessoais entre os colaboradores e também com clientes.
Este trabalho pode ser feito de várias formas, sendo o mais importante, que a corporação tenha uma cultura humanizada de verdade, que haja o envolvimento real das lideranças, e que as Áreas responsáveis por pessoas da empresa apliquem de forma efetiva ações para engajar todo o sistema neste novo olhar.
A CNV pode colaborar muito em ações de política de DE&I, ao trabalhar a mudança de mindset dos colaboradores, ensinando a olhar e viver com empatia e respeito ao próximo e a si mesmo, a ter a intenção real de contribuir para relacionamentos mais saudáveis e construtivos e permitir a inclusão e participação dos que são diversos à uma maioria.
por Patricia Gabnai
Para saber mais sobre CNV leia:
- Rosenberg, Marshall B.. Comunicação não-violenta . Editora Ágora.
- Rosenberg, Marshall. Vivendo a Comunicação Não Violenta . Sextante.